quarta-feira, 13 de julho de 2011

*10 coisas que eu (provavelmente) nunca farei no Burlesco*

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Há quem diga que eu tenha valores morais estranhos. Não nego. Sempre tive um senso de honra, obrigação, ética e dever fortíssimo, em particular depois que li Don Quixote pela primeira vez (eu tinha uns 9 anos de idade). Sim, eu poderia ser da yakuza.

Os meus moinhos de vento são feitos de tecido

Mas vamos à lista das dez coisas que eu (provavelmente) nunca farei no Burlesco. Não incluí deixar de coreografar e ensaiar porque... bem, digamos que não fiz um semestre de teatro voltado para expressão corporal e um semestre de teatro de improviso para nada. Muito do Burlesco é criado junto ao público, numa relação de ação e reação. Coreografar cada passo dado... bem, isso eu deixo pro balé clássico. Burlesco é outra coisa.

Não ter espírito de equipe
Fui criada em comunidades que funcionavam em regime de Kibutz até os sete anos. E lá aprendi que o indivíduo só se faz forte quando o grupo é forte. Só não me venham com discursos marxistas.


Não pensar no TODO
Detalhes são importantes. Mas não a ponto de esquecer do conjunto da obra. História, música, coreografia, figurino, cabelo, maquiagem e acessórios. Nesta ordem.

"Roubar" a performance de outra dançarina
Não importa se é uma performance clássica, de uma dançarina desconhecida, ou apenas um movimento. Segundo Jo Weldon, a referência é a melhor forma de elogio, não a cópia. Se informe, estude e se inspire. Plagiar é uma coisa muito feia.

Deixar minhas inseguranças me impedirem de dançar
Confesso. Sou uma pessoa insegura pra caralho. Sim, ainda. Não gosto de muitas coisas a respeito do meu corpo, mas não deixo que isso me impeça de dançar. Até porque eu sei que muitas destas, só eu noto.

Big IS beautiful

Me levar completamente a sério
Uma das minhas marcas registradas no palco é o humor. Por que diabos eu me levaria a sério? Ego-trip não é pra mim.


Deixar uma besteirinha me atrapalhar
Gripe? Uma lesão leve? Falta de tempo? Enquanto eu conseguir tomar café, minhas mãos não tremerem ao ponto de costurar se tornar impossível, existir advil e relaxante muscular, estas não são coisas que me impedirão de subir no palco. Como dizem os japoneses, "dê o seu melhor hoje para não se arrepender no futuro".

Furar um trabalho
Dever e honra, lembram? Ah, e aquela velha máxima cristã de não fazer aos outros o que eu não gostaria que fizessem comigo. Eu posso não me levar a sério, mas trabalho é trabalho e uma vez que tenha assumido um compromisso farei o máximo para cumpri-lo.

Me contentar com o fácil e o óbvio
Sim, clichês são divertidos, desde que vistos por um novo ângulo (fiquei muito feliz quando um excelente fotógrafo me disse que eu os interpreto de maneira única). Mas fazer apenas o mínimo não é o suficiente para mim. Pesquisa e pesquisa sempre. Hoje eu sou grata pelos ex-chefes exigentes que faziam questão de pelo menos 5 referências diferentes ANTES de desenvolver uma idéia.

Me deixar levar pelo drama
Não sou a mais feminina das mulheres e não gosto de mimimi. Então mantenha a intriga, o pessimismo e demais energias negativas longe de mim, obrigado. Ah, e se for eu que estiver fazendo mimimi, pode ter certeza que estou tirando com a sua cara.


Parar de dançar
Nunca. Jamais. E não falo apenas do burlesco. Não consigo mais me definir sem a dança. Nem que seja só o sapateado no chuveiro (sim, eu sei que é perigoso).

Só não digo que nunca venderei minha alma porque nunca se sabe. Ui... no próximo post falo da bagunça que é a minha bolsa.

E como sexta será uma loucura, vou me lembrar de registrar o dia para o post seguinte do meme: Um dia na minha vida burlesca. Perfeito!
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3 comentários:

  1. Cada dia mais eu adoro vc!
    Vc me faz amar cada vez mais o burlesque... parece que tenho tanto que aprender...

    Beijos
    Aleksandra

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  2. "Parar de dançar
    Nunca. Jamais."


    Obrigada!!!!

    Thata{MVS}

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  3. Não te conheço, mas ainda bem que te encontrei, alma gêmea! uahuahuahuaha =P

    By eu mesmo

    Sexta avaliarei esses comentários. É, eu estarei lá.

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