sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

*"Check-list" Burlesca: Cheesecake*

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A convidada desta sexta é a branca de neve da terra brasilis, a talentosa Cheesecake. A bela, que tem formação em dança clássica e do ventre, se auto-intitula uma "showgirl". Para o dicionário, uma showgirl é uma mulher, geralmente vestida com roupas provocantes e chamativas, que se apresenta em uma produção musical ou teatral.

Com foco em performances de luxo para um publico classe A, este bolo de queijo é uma pisciana tipica quando se trata do refinamento estético e sensorial que envolvem o seu trabalho. Cheesecake estreou no meio das performances burlescas em outubro em 2010, mas se recusa permitir que o rotulo limite seu trabalho. "Minhas referencias são as artistas da virada do seculo XIX, o cabaré francês e o orientalismo". Mais glamouroso e menos humorístico, nem por isso suas performances perdem em diversidade.

Foto: Lailson Santos
 


Cheesecake define a diferença entre a dança burlesca e o trabalho como showgirl da seguinte maneira:

"Como showgirl, eu posso subir no palco vestida de passista e dançar um super samba, ou vestida de hawaiana e dançar uma hula. Agora sob o rótulo burlesco, as pessoas esperam sempre uma linha de show específica. 
Eu já tive rótulos em outras danças que trabalhei profissionalmente e hoje fujo deles o máximo que posso. Meu Strip Chic, por exemplo, tem uma levada burlesca, mas não é um autêntico striptease burlesco. Não existe comédia, as roupas não são sempre de época, nem as músicas. O título "Showgirl", faz com que eu me sinta livre para criar e apresentar o que bem entender".
Prontos para a check-list da Cheesecake?

Cheesecake no Clube A por Liana Nakahodo
 

Quais são as coisa básicas que um dançarino burlesco deve ter ou adquirir para começar?

Um bom figurino é tudo, mas, não algo que você compra em pedaços por várias lojas. Quando eu digo figurino, quero dizer um traje pensado, desenhado, elaborado, que combine com a sua personagem e esteja de acordo com a sua proposta.
Não precisa ser necessariamente caro - apesar de coisas boas custarem mais, pode ser criativo. A principal necessidade é que seja original, único e que represente sua essência.Pra explicar direitinho, eu faço burlesco, mas não me considero burlesca, me considero uma "Showgirl". Por isso raramente eu uso trajes realmente burlescos, não me prendo a esse estilo. Gosto de representar várias personagens no palco. Meu figurino atual é uma piratinha, por exemplo. 
Já me vesti de Fada Verde, de dama antiga, de Betty Boop, de vedete, de mamãe Noel e até de noiva. Gosto de roupas elegantes e geralmente opto por vestidos longos, saias rodadas. Não faço muito o estilo cabaré. Raramente uso meia arrastão ou paetês por exemplo. 
Foto: Ligiane Braga

Foto: Bruna Zógue
O que faz parte da sua lista de compras profissional?
Como eu trabalho com um ou dois figurinos por temporada, não costumo comprar muitas peças de roupas. Acabo consumindo CDs importados, dvd's e livros sobre o tema burlesco, mas mais ainda sobre danças em geral e qualquer assunto que envolva performances. Gosto também de ler biografias sobre as atrizes e dançarinas da época e tenho uma coleção de filmes mudos, da qual eu morro de ciúmes e é minha principal fonte de inspiração pro palco.
Maquiagem também ocupa o topo da minha lista. Mas, não saio comprando descontroladamente. Compro os itens básicos, mas sempre de muita qualidade. Não uso muito glitter e não abuso de cílios postiços, por que não gosto de olhar no espelho e me sentir uma Drag Queen. Eu gosto de subir no palco parecendo uma mulher elegante, uma mulher real. Morro de medo de ficar caricata.
Fotos: Studio Cake
 


No que você investiu quando começou a se apresentar?
Construí um palquinho, que parece um picadeiro, para que eu nunca precisasse dançar no chão. Até hoje, se eu preciso dançar em algum lugar que não tenha palco, levo o palquinho, por que não danço no chão de maneira nenhuma. Ele tem até sua própria iluminação, um fio de led, igual ao da banheira. E tem um buraquinho por onde escorre a champanhe. Quem fez pra mim e pensou nisso tudo, foi o cenógrafo Geraldo Markes.
Depois veio a banheira e o resto é história 

Cheesecake é prova viva de que sofisticacao nao precisa ser sinonimo de esnobismo. E voce? Sabe quem é o seu publico e o que é que ele quer? Qual é o SEU foco enquanto performer?
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O fim de semana promete ser exaustivo, mas domingo tem mais!

xoxo

Sweetie Bird

Um comentário:

  1. Estou curtindo muito ir conhecendo os artistas da cena burlesca e de danças em geral. A Cheesecake parece mesmo a Branca de Neve! Adorei o estilo elegante dela; muito linda e inspiradora! =^o^=

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