segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Muito prazer, Rejoice Sunshine.


Às vezes, é necessário nos lembrarmos de quem exatamente somos. Especialmente nós, que vivemos personagens diferentes ao longo dos dias. Então na semana passada escrevi uma carta para mim mesma, para me lembrar um pouco de quem realmente sou. Não só uma boneca de porcelana com curvas perigosas, mas uma menina-mulher (ou pomba-gira mirim, como preferirem) com sentimentos de verdade. E hoje escolhi compartilhar a versão completa com vocês.

Muito obrigada pelo carinho e pela atenção.



"É muito simples. Gosto de carinho, não gosto de coleira. O não me instiga. Me provoca. Me deixa puta. Me faz me rebelar. Gosto de pegada e de uma mão firme. Não gosto de proibições sem motivo, restrições idiotas e preconceituosas. Gosto de perder o controle. Não quero. Não preciso dele. Gosto de ser livre e passar dos limites. Gosto de explodir. De felicidade, de raiva, de tanto comer. Odeio limites. 

Tenho valores que são só meus, não os da sociedade. Se eu prometi, eu faço. Prometo muitas coisas difíceis. Acredito no sacrifício. Também acredito no prazer. Preciso que acreditem em mim. Não gosto de mentiras. Eu tenho memória ruim, não sei mentir. Gosto de bons amigos, de maldades inocentes, de poder confiar em alguém. Preciso poder falar sem ser julgada. 

Gosto de carinho. Gosto de fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo. Não sei o que fazer quando tenho tempo livre. Sou preguiçosa. Sou enrolada. Sou egoísta, autodestrutiva e mimizenta. 
Gosto de beijos. Beijos longos e molhados, que fazem o mundo desaparecer. Gosto de pegar na mão das pessoas. É como sei que estão ali, que é real. Estou aprendendo a abraçar. Aprendi que abraços são um ótimo remédio para a alma.

Preciso me jogar de cabeça. Quando eu penso muito, não faço. Fico pensando. Aí eu espero a melhor hora. E eventualmente, esqueço. Sou distraída. Tudo me encanta. Sou curiosa. Informações pela metade me irritam. Pessoas me intrigam.

Sou um milhão de coisas. Boas e ruins. Gosto de um bilhão de coisas. Não gosto de poucas: do chato, do insosso, do banal. E olha que a banalidade verdadeira é rara. Sou mesquinha. Não gosto disso. Gosto de você. A ponto de mudar. Mas aí você não gostaria mais de mim.

Eu mudei. Sou muito do que já fui. Já fui pior. Fico feliz com críticas construtivas. Fico feliz em aprender. Fico muito feliz quando me ensinam com carinho. Sou infantil. Sou histriônica. Gosto da atenção de quem eu quero bem. Desejo pouco o mal. Acredito que as pessoas más se punem sozinhas.

Eu sou chorona. Tenho uma risada gostosa. Gosto de coisas que me fazem rir e chorar ao mesmo tempo. Só não gosto de sentir medo. Não medo de verdade. Gosto de coisas fofas. Gosto de ser fofa. Não gosto do grotesco pelo grotesco ou do feio pelo feio, mas sei reconher a beleza que pode existir neles.

Sou tão doce que meu retrogosto é amargo. Me encantam o passado, o futuro e o presente. Nada me dá mais prazer do que a não linearidade e a descoberta de novos padrões. Bem, talvez dançar. Dançar é o maior prazer de todos. Dançar é escrever com o corpo inteiro. Desenhar. Criar lindas imagens.

Acho que se eu não criar, eu morro. Preciso escrever, dançar, desenhar, cozinhar. Qualquer coisa. Centenas de coisas. Vivo pela serendipidade e pelas epifanias. Eu sei que tudo o que eu preciso existe, e está “out there”. Basta estar no lugar certo na hora certa. Nem é preciso procurar.

Não gosto de me prender a uma só lingua. Fragmentos idiomáticos são uma coisa linda. Expressões culturais são uma coisa incrível. Misturo idiomas porque eu gosto. E porque eu posso.

Eu sou muita coisa. Coisas que nem eu sei ainda. Eu gosto de ser um quebra-cabeça. Não gosto de não ter todas as peças.

Quero você em minha jornada. Pelo tempo que for. Vem?"

Rejoice Sunshine/Sweetie Bird

2 comentários:

  1. "Acho que se eu não criar, eu morro. Preciso escrever, dançar, desenhar, cozinhar. Qualquer coisa. Centenas de coisas." - Trocando o cozinhar por lutar a frase é sobre mim! =^o^=

    Me encontrei um pouquinho(poucão)nas suas palavras, é realmente fascinante a vida das mulheres agridoces e múltiplas, fazedoras do próprio destino.
    E é muito bom saber que tem mais gente assim, que é parecida comigo por ser diferente, por ter coragem de ser 'myself' sem se preocupar com o que os outros pensam. Acredito que a única vida que posso viver é a minha própria, então eu quero usar essa vida pra coisas interessantes que me deixem em estado de festa. Vc é uma das pessoas que me inspiram, e conviver com vc mesmo que virtualmente vale muitos fireworks!

    Então tamos juntas nessa jornada atrevida e emocionante que é ser nós mesmas, com todas as mulheres que existem aqui dentro!

    Beijos,Passarinho!! Vc é uma fofa!!! =^o^=

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  2. Tão bem escrito! Me apaixonei. Parabéns! Um beijo <3

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